Exatamente um mês após a última partida na Série C, o São José volta a campo para enfrentar o Volta Redonda. O confronto marcado para o dia 29 de maio surpreendeu, uma vez que as equipes gaúchas haviam solicitado suspensão da competição até o final do mês. Mesmo com o retorno antecipado, o clube garante que o planejamento não foi afetado, o que atesta o preparador físico Anderson Carpes.
Fazendo viagens de cerca de três horas para chegar ao clube, Anderson foi diretamente afetado pelas enchentes e retornou aos treinos apenas na última semana. O profissional reforça a confiança na preparação, mas destaca que os 30 dias sem jogos apresentam prós e contras.
Pontos positivos
O período de paralisação coincidiu com a chegada do técnico Pingo, que com o adiamento das partidas contra Volta Redonda, Ferroviário, Botafogo-PB e Athletic, teve mais tempo para implementar seu conceito de jogo e conhecer os atletas. Sobre a troca na casamata, Anderson destaca que o estilo de jogo do novo treinador tende a trazer benefícios para além das questões táticas.
“O comandante atual prefere ficar com a bola, então acredito que, para a parte física, isso também favorece, pois acaba correndo menos e se desgastando menos”
Anderson Carpes, preparador físico do São José
Outro destaque feito pelo preparador é com relação à recuperação dos jogadores. O departamento médico ficou praticamente zerado, já que o atacante Tcharles e o volante Augusto voltaram a trabalhar com o grupo, enquanto apenas o meia Kayan segue se recuperando de uma lesão ligamentar.
“Essa pausa automaticamente nos deu tempo para equilibrar as valências físicas dos jogadores. Aqueles atletas que estavam em uma rotação um pouco menor, conseguimos que entrassem no ritmo dos demais.”
Anderson Carpes, preparador físico do São José
Além desses pontos, o retorno da confiança foi mais um ponto elencado por Anderson, uma vez que a distância em relação às derrotas das primeiras rodadas alivia a pressão em cima dos jogadores, dando mais tranquilidade para a equipe desempenhar o melhor futebol na retomada. Ainda assim, existem alguns poréns.
Pontos negativos
Afora o impacto mental por conta das perdas, incertezas e temores envolvendo a tragédia que o Rio Grande do Sul enfrenta, a falta de ritmo e o desgaste em razão das futuras partidas em sequência trazem preocupações para os membros do setor de fisiologia do Zeca.
“Acredito que esses jogos que a gente perdeu podem gerar um desgaste físico maior, porque a gente vai ter que que jogar no intervalo entre uma semana e outra em vez de jogar apenas no domingo. Também podemos vir a sentir a falta de ritmo de jogo. Por mais que tenhamos feito dois amistosos, só se adquire ritmo jogando. A gente vai acabar condicionando a parte de jogo durante as próximas partidas e, ao mesmo tempo que estaremos ganhando ritmo, também vamos estar um pouco mais cansados por jogar no meio e no fim de semana”
Vitória em amistosos
Ainda em meio ao cenário caótico da cidade de Porto Alegre, o São José fez treinos facultativos nas primeiras semanas da paralisação, enquanto membros da comissão e atletas do clube estavam impossibilitados de participar das atividades. A equipe também realizou jogos-treinos, sendo o último contra a o time sub-20 do Internacional, que terminou com vitória do Zeca por 1 a 0, com um belo gol de falta do goleiro Fábio Rampi. Um outro teste estava agendado contra o Juventude, mas foi cancelado em função das chuvas fortes no estado.
Campanha para Anderson Carpes
Preparador da comissão permanente do São José desde o final de 2023, Anderson Carpes foi diretamente atingido pela cheia dos rios que cercam a cidade de Canoas, que faz divisa com Porto Alegre. A casa da família foi invadida pelas águas e ficou completamente submersa. Para ajudar na reconstrução da residência, o profissional divulgou uma chave PIX para doações pelo e-mail: [email protected]
