Um gesto genuíno capaz de despertar o brilho no olhar e o sorriso no rosto de uma das vítimas das inundações no Rio Grande do Sul. Um presente simbólico de reconstrução para quem ainda não sabe o tamanho das perdas para quando a água baixar.
Assim foi a entrega de uma camisa do São José para o torcedor Jorge Luiz Lopes, de 74 anos, que teve a casa invadida pela maior enchente da história de Porto Alegre.
Morador do bairro Humaitá, um dos mais afetados pela cheia do Guaíba, Jorge deixou sua residência no domingo, 5 de maio, quando a água já estava quase no segundo piso. De lá ele foi levado ao abrigo provisório instalado na Igreja Auxiliadora, na Zona Norte de Porto Alegre, onde o torcedor do Zeca, Bruno Kramer, atua como voluntário desde o início dos acolhimentos.
Foi durante uma conversa entre os dois que Bruno descobriu não ser o único ali a torcer pelo Mais Simpático e teve a ideia de mobilizar a torcida do São José para enviar para seu Jorge uma camisa da equipe. A campanha deu certo e, depois de uma semana, Jorge recebeu o presente, imerso em alegria e gratidão.
“Apaixonadamente grande, consistente e que até fiquei um pouco emocionado, que quase não consegui segurar a minha emoção. O São José mora no meu coração. Eu comecei a gostar do São José no tempo em que o meu avô me levava ao Passo D’Areia”
Seu Jorge, torcedor do São José
Em meio aos desafios, seu Jorge não se deixa abater e, com um sorriso de orelha a orelha, auxilia nas atividades diariamente, acudindo até mesmo os demais abrigados no local. Ele se considera um “voluntário furão”, que não tem crachá, mas está sempre apto a ajudar. “Com essa camisa eu vou ganhar mais força, afinal é um santo”, brincou seu Jorge antes de retornar para suas atividades de apoio na paróquia.
Do ano de 2015 e com o número 18 às costas, a camisa de jogo dada ao seu Jorge foi doada por uma família de torcedores que recentemente se mudou para Portugal. Cristine Leipnitz, Ewerton e Bernardo Reis deixaram a peça aos cuidados dos proprietários do bar Empório Zeca, Nanra Branco e André Palácio, para ser entregue ao Bruno para presentear o seu Jorge.
